sexta-feira, 1 de julho de 2011

TEREZINHA

- Terezinha, esta não presta. É vagabunda!
   Nunca prestou, minha filha
- É...
- Nunca serviu pra nada. Não sei como casou o Gilbertinho.
  Filho do seu Gilberto, o sapateiro.
- Mas parece...
- Parece nada...É verdade! Essa conheço de outros carnavais
- É mas a...
- Nem mais nem menos. Num presta mesmo. Sempre deu como xuxu na serra.
  Há o Gilbertinho... Mas gosta dela né? Fazê o que?
- É...
- Ai! Me machuquei de novo neste muro. Ô Galiano, GALIANO!
  QUANDO É QUE VOCÊ VAI VER ESTE MURO, GALIANO!?
- Seu Galiano tá bem?
- Tá bem! Só fica na garagem com aquele fusca! Deus que me livre!
  Mas Terezinha né? Se deu bem! Gilbertinho...Beleza de menino.
- É...
- Ô Roberta...Cê vai passar pelo campinho, minha filha?
  Proveita e chama o Luizinho pra tomar banho pra ir pra escola. Diz que eu tô chamando!
- Tchau, Dona Dinah.
- Vai com Deus, minha filha.
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- LUIZINHO, Ô LUIZINHO!!!!
- QUIÉÉÉÉ!!!
- TUA MÃE TÁ TE CHAMANDO PRA TOMAR BANHO PRA IR PRA ESCOLA!!!!
*
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- Oi Dona Terezinha, bom dia...

2 comentários:

  1. Flagrante interessante da vida sem vida. Vida que precisa de outras vidas para se justificar com ser existente. Já pensou se não houvesse a vida alheia? '''''''

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  2. A inveja, a difamação, o mal agouro está em todos os níveis sociais e individuais. No subúrbio, na zona norte, a dose de hipocrisia é bem menor...bem menor

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