segunda-feira, 22 de abril de 2013

Erro 404

Página não encontrada
Este conteúdo não está disponível para seu país
Censura revelada
Not safe for work
Este bando de entulho na tela nos deixa feliz

Erro 404
Estou de quatro
Quando cai a energia de noite...
Quando não tem luz do sol
isto é irrelevante demais...

Aliás, quantas vezes brinquei na grama?
Quantas vezes beijei fulana?
Quantas vezes caí na lama?
E achei entediante o som de Brahma
E torci o nariz pro fórminx
A pra chama ameaçadora do som de Hendrix

Página não encontrada
Este conteúdo não está disponível por ser enfadonho
Por ser lento demais pra seguir com o olho
Por ter um raciocínio decimal
Por representar desvelar a presença
transparente do mal.

Me conectei com Deus
Mas rede caiu.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Melhores Amigos

Eu tomo cerveja
Eu jogo baralho
Eu abro a mão
numa biriba insólita

Eu toco guitarra
Madrugo na praça
Política e religião
Ébrios são sãos

São todos adultos
São todos caretas
São todos vultos
Distantes e muito
Fumando maconha
e jogando Atari

Vem Peter Gast
Henri Matisse
Joseph Haydn
Awoledjê
e também Arjuna
o alien Jeriba
Brod era brother
e Tom Jobim
e Gilberto Gil
e o Kledir
Milton Nascimento/Elis Regina

Cleberes santos
Cláudios soberbos
Alvos Alexandres
Altos Renatinhos
Tranças Marcelos
E isso tudo
E outros aqueles
melhores que outros
são todos povo
na Mário Carpenter
subúrbios de novo
No meio do ovo
no meio do mundo
Skid é um padre
Edu é um monge
Vinho e ponche
Pipoca moderna
Pipoca do lixo
São todos gigantes
São todos gigantes
São todos gigantes
São todos gigantes
...

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A SAUDADE É ASSIM...

Vez em quando ares passados querem tomar fôlego
Cansam-se de tanto enterrados na alma
/Lamentam-se sôfregos e intestinos /
Querem ontem mudos, hoje gritarem barítonos

Surgem em inspirações erráticas
Em piscares lentos, quase escuros
diminutos, quase desvarios

São pensamentos sufocados
Labaredas mortas-vivas
Focos esquecidos nos escombros da memória

São fantasmas arredios, miasmas lacrimosos
Arrepio repentino ao atravessar a rua
No meio do tráfego
Na insônia sudorípara
Na apneia que nos desperta

Tremem os dedos sujos
A boca amarga e deserta
Um ensurdecimento trágico
Num micro-segundo alerta

A saudade é assim
cegueira labiríntica
A saudade é assim
miragem quase mítica

Exorcizam-se demônios
mas a saudade fica.