quinta-feira, 31 de março de 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

O sotaque cosmopolita dos Walverdes



Há alguns anos atrás assisti um bate papo entre Júpiter Maçã e Thuderbird na MTV onde, em algum momento, tratam empolgadamente da cena MOD em Porto Alegre. Esta enfervecência rock n' roll do sul ultrapassou a herança dos Engenheiros do Havai, Nenhum de Nós e de Walder Wildner e revelou-se um estardalhaço mais visceral na contramão do poprock. Por isso a influência regional do MOD britânico foi fundamental para a maturação de um rock mais cosmopolita, urbano e menos lírico. Vide Cachorro Grande, nos primeiros discos. Agora a cena abre as cortinas para os excelentes Walverdes que, nas pitadas das multi-influências regionais, tempera-se valvulado, indie e "garajoso". "Sexta-feira", do album Playback, é punk porrada, ao mesmo tempo que Seja Mais Certo, do clip acima, soa Red Hot Chilli Peppers. Daí os caras derrubam pré-conceitos e regionalismos. Competentíssimos. Delícia para os ouvidos.

Contexto: Seja Mais Certo, trilha N°1 do álbum Playback (Mondo 77, 2005). Este ano-2011- lançaram o álbum Breakdance pela Monstro Discos.

REATOR 1,2,3



Explodiu! Onde? Não sei.
A água contaminda
A nuvem radiotiva
um momento lacrimogênio
uma falta de oxigênio
a razão nos tornou gênios
da destruição

Assisti a guerras
Aplaudi mortes
Superei fases

Tremeu a terra
Enfrequeceu os fortes
Rimou-se frases

Mas não rimou magma com homem
Nem Tsunami com cidades
Origamis de concreto

É bem certo que alguma engenharia
de bem perto faria
Se não fosse arrogante
Um poema aproximante dos ritmos da Terra
Mas, eu, homem, prefiro chorar
Do que escutar
Os ecos milenares do magma
e do fundo do mar

A herança sábia está
onde sábios surdos-mudos não querem enxergar
Aleijados, pútridos, podres
Inteligentes, geniais, senhores
Explodiu. Onde? Já sei!
Tornou-se a água radiotiva...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Apareceram os desaparecidos!

Recuperar a estética shoegaze dos anos 80 é tendência para bandas indie americanas. Os desconhecidos Disappears são destas bandas cuja introspectividade no palco contrasta com a energia básica do groove baixo-guitarra-bateria. É um punk-rock com reverbs, um vocal jogado ao léu, guitarra guia, compassos repetitivos e energéticos. Um sombrio com sobriedade eleveda à décima potência.
Contexto: Acima, divido a faixa N°1 "Supertition" do álbum "Guide" (Kranky, 2011)

domingo, 13 de março de 2011

Ferramentas da Revolução?


Um texto do Jornal @Verdade para refletir lados da mesma moeda

Os Negócios e a Revolução 2.0

"(...) o comportamento das empresas de telefonia celular e os provedores de serviços de Internet, que desligaram todos os equipamentos no Egipto (também na Tunísia, e mais recentemente na Líbia), obedecendo às primeiras ordens de governos ditatoriais e quebrando contratos com os consumidores, logo à primeira ordem que lhes chegou do governo.
Muito se tem falado do extraordinário poder das páginas Facebook, telefones celulares e Twitter, na divulgação das palavras de ordem e de protesto, e não surpreende que o Google, com o Facebook, já circulem como aves predadoras à volta da Twitter, avaliada em cerca de 10 biliões de dólares. Mas o governo egípcio conseguiu calar quatro redes de telefonia celular e os provedores de serviços de Internet e manteve todos calados por cerca de cinco dias (o Senado dos EUA discute uma lei que dará ao Estado poderes semelhantes a esses que o governo Mubarak exerceu)."

Leia Mais: http://www.verdade.co.mz/tecnologias/17931-os-negocios-e-a-revolucao-20-

sábado, 12 de março de 2011

Pô, foi mal aê!

(fonte: http://blogs.jovempan.uol.com.br/petrede/colunistas)

Te enchi de porrada porque és uma índia suja,
não desculpe...te confundi com uma prostituta
não desculpe...te confundi com uma bicha
não desculpe...te confundi com uma paraíba
não desculpe...te confundi com uma crioula
não desculpe...você é quem mesmo, hein?!

(Fonte:http://www.casacarminho.com/produto-186.htm)

Outra Água

Eu saí um instante para beber um copo d´água
A água é um líquido vazio
Por isso, nos preenche com tanta profundidade.
Como uma luz pura mínima que não é mais escuridão

(No máximo penumbra)

Minha garganta antes deserta
Meu corpo antes ressequido
Minha alma antes estéril

Depois de saciar-me à água
Voltei a saciar-me em ti
E entre tuas pernas, teu fluído
Preencheu-me de sal e taquicardia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

ÚLTIMOS CLIQUES

(Fonte: http://someonesays.tumblr.com/page/28)

ÚLTIMOS CLIQUES

...e quando fui pensar sobre nós
tudo o que restou foram fotos rasgadas de pensamento
Algo como Mapplethorpe à luz de Corbjin
(microcosmos de prata obscura)
Desfoques de sorrisos e gozos de corpo inteiro
Frames líquidos e particulares
Revelações de marcas sobre a pele
Closes em nossos sexos e um raro desejo de rever para sempre
Fotos em branco e preto largadas no chão
E na bagunça daqueles lençóis
Éramos nós amantes, pare sempre
Na intelecção daquilo que nos era perene
(a fotografia logra a fugacidade)
Mesmo que na Polaroid a imagem suma mais rapidamente
Mesmo que na Polaroid a imagem suma assim, de repente


Contexto: Poema publicado por mim no Caderno Contextos do jornal O DIA On Line em 25/04/2002

Arquiterura Estético-Carnavalesca

(Arte: A Mulata Grande III - Hector Carybé, 1980)



Carnaval I

Veste de forma amor/ Céu claro pluma esplendor
Gliter cintila tal purpurina/ Cintura curvas de isopor
Espuma pintura tinta/ alegoria alegria retinta

E o suor mistura e risca/ e roça madeira nem pisca furor
apronta o surgir da bailarina/ no barraco onde maquia o pierrô

Risca roça monta cola/ cola risca lixa rola
cronometradíssimo
batimento cardíaco

bandeira
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Carnaval II

Aponta para a plateia, Negra
que este povo tá aí pra te aplaudir
samba ginga faceira pra câmera da direita
que a TV quer ver o teu sorrir

Tigres águias e corcéis
índios heróis coronéis 
samba pra arquibancada
colore a avenida com teus pincéis

E faça com que as mídias estampem teu sorriso
confetes e serpentinas graficamente dispostas
sobre teu corpo
Por que se precisa de mais?

feitiço.

CARNAVAL III

Deixaram pra trás a pluma
a rosa pluma que arredia
queria brincar carnaval
e a rosa pluma, de tanto “comigo ninguém pode”
ficou no chão e não chegou na apoteose
o sonho acabou
o tempo se perdeu
e fevereiro com a pluma rósea morreu
num último suspiro extravagante

gigante
tristeza

Contexto:  "Trilogia Carnaval" publicada por mim no site A Arte da Palavra em 20/08/2002.


quarta-feira, 9 de março de 2011

O Autor em 4 tempos

Um Dia de Fúria!


Pensar em Rock Psicodélico em pleno século XXI pode ser tão retrô quanto transgressor. A realização competente dos australianos Tame Impala é uma instigante trilha sonora para os tempos de caos. É um mel doce e denso para os sentidos. O vídeo acima - dirigido pelo publicitário Megaforce - rima, apropriadamente, multidão com solidão. Urbanidade com Insanidade. Num dia de cão, num dia de fúria.

Contexto: Faixa N°6 do álbum Innerspeaker (Modular Records, 2010).

O Nu em 4 tempos



Por onde passeia meu olhar?
Não seria onde realmente queria olhar
Sacro corpo, pele crua carne fogo
Midiática serpente aumenta o foco em dobro
Minha mulher e minha filha tem um lugar
Onde a tua - àquela - não pode estar

Com a Geni fiz aquilo que quiz
Com Madelena ainda estou a interrogar
Arranquei todas as lentes dos meus olhos
E esta nudez: em qual lugar está?

Aperte o Botão Vermelho!

 

Facebook desenvolve sistema para alerta de suicídios

Em parceria com ONG inglesa, o site permitirá que internautas alertem os moderadores sobre intenções suicidas de amigos.

Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/03/facebook-desenvolve-sistema-para-alerta-de-suicidios.html

segunda-feira, 7 de março de 2011

Links Atemporais



Inserir um video da Legião Urbana logo após um vídeo do Joy Division, certamente, não é mera coincidência.

Contexto: Faixa N°6 do álbum DOIS (EMI, 1986). Este álbum entrou na lista da revista especializada Rolling Stone entre Os 100 maiores discos da música brasileira, chegando à posição #21.

(Fonte:  Rolling Stones Brasil (13 de outubro de 2007). Os 100 maiores discos da música brasileira)


domingo, 6 de março de 2011

JOY DIVISION - Transmission


Trecho de JOY DIVISION. De Grant Gee. Com Ian Curtis, Peter Hook, Stephen Morris, Peter Saville, Bernard Sumner e Tony Wilson. Inglaterra / EUA, 2006. Documentário, 94 min.

Contexto: Escrever sobre a importância desta banda no início dos 80 é chover no molhado. Basta dizer que a mescla de punk rock com um recente experimentalismo eletrônico, praticamente influenciou a maioria das bandas de rock em variados estilos. Influenciados por artistas como The Doors, Velvet Underground, David Bowie, Sex Pistols, banda redigeriu a deprê pós-moderna em energia pulsante e contida. A densidade do som e voz grave de Curtis registrou a juventude cosmo-urbana do Reino Unido e até hoje ecoa nas inspirações de bandas como  Ladytron e Disappers. O sucesso internacional foi póstumo. A banda teve vida curta: 1976 - 1980. Ian Curtis, líder da banda, cometeu suicídio em 18 de maio 1980. Os remanecentes formaram o New Order.

Videodrome

Meu nome é ninguém
Procuro um alguém
Que esteja disposto ao
Anonimato.

Meu número está onde convém
No celular, na audiência, na estatística.
Me procure nos ícones das redes sociais
Me procure na mentalidade dos anais
No íntimo das janelas banais

Videodrome: clique minha face oca, e
Talvez um dia daremos um beijo na boca.

sábado, 5 de março de 2011

De um jeitinho diferente...


São eles mesmos...mas sem o mano mais velho. Ladies and Gentlemen. Beady Eye!
Contexto: Faixa N° 1 do álbum de estréia Different Gear, Still Speeding (Beady Eye Records, 2011)

Oral


O sexo oral é um karaokê insano.

Livrai-me do Mal Copacabana



Hoje pela manhã, o sol estilhaçou minha janela
Quanto mar, quanta imensidão, quanta luz

Ontem à noite, entre as últimas galerias
Neons absolutos, personagens surrealistas
Não me encontrava, não me criava
Animal, assim, sem rédia nem visão

Uma prostituta lambeu minha cara
Arrepio de nojo e tesão
Cuspi em alemão, logo em seguida
Joguei algum dinheiro em suas mãos

Alcoólatra de esperanças perdidas
Tóxico de sangue e pó
Esbarrei em postes bêbados
Caí em bueiros suicidas

Hoje pela manhã, o sol estilhaçou minha janela
Quanto mar, quanta imensidão, quanta luz.

Livrai-me do caos Copacabana!
Livrai-me da sina pequeno-burguesa
Livrai-me de todo mal. Amém!

(13 de julho de 2008 19:34)

Selvagem Cidadão

"O caçador furtivo vive nas matas;o contrabandista nas montanhas ou no mar. As cidades produzem homens ferozes porque corropem. A montanha, o mar e a mata, criam homens selvagens." (Victor Hugo - Os Miseráveis)

Botequim!

Montei um botequizinho, pra suprir a carência do boteco do Tonho na Mário Carpenter.
Pilares é a Zona Sul da Zona Norte! Estão todos convidados!

Clementina de Jesus

Confesso que tive alguma dificuldade de escolher um video representativo de Clementina de Jesus.
Não apenas por ser fã da maior interprete de samba de todos os tempos, em suas mais variadas vertentes, mas por acreditar que deveria inserir um registro de qualidade. Explico: Audio e vídeo apresentáveis e com alguma datação descrita. Também não queria uma intrepretação "medalhona" como "Marinheiro Só", nem tampouco uma apresentação com caracterizações fora de suas vestimentas tradicionais. Rainha do Partido Alto, Quelé, Clementina...dá licença para humildemente ajudar a ecoar tua rouca voz no tempo.

Tetragrama


Que Deus Abeçoe as Cidades!
Menos pobreza, menos injustiça, mais segurança.
Reencontro

Já estava lá no horizonte te esperando
Me adiantei
Passei por cima, das leis, das convenções
Da regra natural das coisas.
Eu já estava aqui, esperando saudosamente
Seu abraço.

O banco da praça, os carros enfileirados na rua
Vitrines chamativas, um vendedor de churros
Das grades do parque, sentada, eu via.
Eu esperava.

Tua mão sobre a minha, agora
É a mais pura certeza de que a alma
Nasce pela metade e um dia tem de ser reencontrar

Nunca acreditei no destino, nem no além,
Nem em Deus.
Mas sempre acreditei no amor.
Sempre acreditei no amor.

Caetano Puto

E por falar em tecla do F...
Esta foi uma das entrevistas mais polêmicas do Caetano na TV.
Bacana ver que os caras são gente como a gente mas, sinceramente, não sei se ele faria de novo. Ou não!?

As vezes não dá uma vontade...

Funil

A criatividade é um útero sinistro
Onde o nascer e o abortar passam
pela ligeireza do registro
Ladies and Gentlemen

Mr. Lou Reed!
Ensaiando o Poema
Tão repentina manhã estival...
Alegres os deuses>,,lsdsa
Objeto de desejo
Estranho súbito lampejo
Beijo de outro romance
)))@#$R#$R

As catedrais secas de fé
Herdaram a ignorância paranoica(da)

Ruas tomadas de velocidade
Os homens correm para que?
Para quem?
Por eles mesmos...dia insano

Contra a carne existem santos
Contra a alma os discursos
Contra o ataque a defesa
Surrado jeans contra uniformes brancos

Sufoca o beijo adolescente
O peito infla de suspiros
A pele radiante...nervosos mamilos

Não sou da tua estirpe
Sou cano de grosso calibre
Sem babaquice,,,sem ser um merda

O deserto em que nos colocamos agora
É surdo, mudo, mas vê, como nunca viu antesss

A rima é o contrário de Amar
Em um tempo verbal inexiste que insiste em rimar

#@$@%# hi! Cabou a carne do feijão

Desliga o rádio $%¨#$%¨#Fudeu!
“O bate o pé, bate o pé, bate o pé...
O bate o pé, assim como eu,,,,”
O Demônio do Meio-Dia
Ouvi um eco obscuro
Um som dentro do meu ser
Semelhante a um resto de grito
Já consubstanciado e emergido: gemido

Ele arrasta-me para um mar negro
E profundo de dúvidas
Centraliza-me em uma encruzilhada fatal
Suspende-me entre nuvens cinzentas

O pior é que me paralisa
O não-fazer é o pior dos desesperos
A desídia é o pior dos pecados

É um estado congelante da alma
Que mata a ânima da existência
E existir, por algum momento, perde o significado

Não é um suicídio, porque daí seria uma ação em si
É a pior das lamentações, um líquido negro nas veias
É um hibernar de tudo que vale à pena
É a negação de abrir os olhos
É sobreviver alimentando-se de escuridão.

Em pleno dia, bebi do vinho que não devia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Morte e Economia
É muito importante lermos jornais.
Jornais.
Li uma manchete de morte
Li uma manchete de economia
Li uma manchete de morte
Morte e economia.

E se vivêssemos no regime comunista?
E se vivêssemos sob as ordens do Islâ?
E se morássemos em Marte?
Morte e Economia.

E o que mais seria?