domingo, 6 de maio de 2018

NOVABOLIÇÃO

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Sambar é discursar com os pés 
versos de liberdade
E solfejar no chão, angolas e guinés
Nossa ancestralidade

Da janela não vejo o jongo
nem o anjinho das procissões
Apenas a violência crua
e hipócrita das religiões

E a menina samba cega
e o povo bate na palma da mão
E eu não sei mas o que presta
Carnaval ou revolução

Qual verso samba ela?
Na cartilha das milícias
entre as balas das polícias/
Nas quadras acabou a poesia
Só partidos conspirando, altas grossas
fantasias

(se seu corpo ainda está vivo
equilibra-se entre a autonomia
e o estupro coletivo)

Se essa rua fosse minha
se essa rua fosse o povo
Eu de novo cantaria 
a esperança do renovo

Se essa rua fosse minha
Ah! Essa rua, esse povo
Mãos na tecnologia
mente ainda no monjolo

Meu povo nada além do bem
nada além do mal
E vai morrer na praia
como um povo cordial

Sambar é discursar com os pés
versos de liberdade
E solfejar no chão, angolas e guinés
Nossa ancestralidade


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