Sambar é discursar com os pés
versos de liberdade
E solfejar no chão, angolas e guinés
Nossa ancestralidade
Da janela não vejo o jongo
nem o anjinho das procissões
Apenas a violência crua
e hipócrita das religiões
E a menina samba cega
e o povo bate na palma da mão
E eu não sei mas o que presta
Carnaval ou revolução
Qual verso samba ela?
Na cartilha das milícias
entre as balas das polícias/
Nas quadras acabou a poesia
Só partidos conspirando, altas grossas
fantasias
(se seu corpo ainda está vivo
equilibra-se entre a autonomia
e o estupro coletivo)
Se essa rua fosse minha
se essa rua fosse o povo
Eu de novo cantaria
a esperança do renovo
Se essa rua fosse minha
Ah! Essa rua, esse povo
Mãos na tecnologia
mente ainda no monjolo
Meu povo nada além do bem
nada além do mal
E vai morrer na praia
como um povo cordial
Sambar é discursar com os pés
versos de liberdade
E solfejar no chão, angolas e guinés
Nossa ancestralidade
Parabéns!
ResponderExcluirCru e belo!
Obrigado Carla. É importante refletir sobre a tal abolição. bjs.
Excluir