"TEMPESTADES QUE NÃO PARAM. PARA-RAIOS QUEM NÃO TEM? MESMO QUE NÃO VENHA O TREM NÃO POSSO PARAR".
sábado, 23 de abril de 2011
Não tenho graça
Eu gostaria de ser engraçado
Como um mímico bêbado
Como um símio cínico
Como um clínico de seriado de TV
Queria o sorriso idiota de Jerry Lewis
Tirar meleca como Andy Kaufman
Beber coffee como Sienfeld
Mas não sou engraçado
Não sou humorista
Não sei imitar Silvio nem o Fausto
Não tenho cara mole de artista
Não sei contar piada
Só sei andar na pista
Não sei a do papagaio,
nem a do viado, nem a do turista
Sou sério como ferro de carvão
Como pressão de mata borrão
Como nó de gravata inglês
Como um poeta suicida japonês
Talvez porque só saiba imitar a mim mesmo
Mesmo assim, ainda com uma certa dificuldade...
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Inspirando-me na "Construção" de Chico Buarque, de quem gosto de algumas coisas e "adaptando" sua poesia:
ResponderExcluirEu gostaria de ser engraçado
Como um clínico bêbado
Como um mímico cínico
Como um símio apresentador de TV
E muito boa essa foto do Jerry Lewis!
Obrigado pela desconstrução do meu poema. É um diálogo remix, e disto gosto muito. É um poema extremamente introspectivo. Obrigado por ter (re)lido.
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