sexta-feira, 24 de junho de 2011

Puta que Pariu!

Com quantos puta-que-paris se escreve uma linguagem morta
ossuda, acéfala de sentimentos, pobre, insípida, ressequida

Com quantos puta-que-paris dedos em riste, cuspidas na cara
perdigotos espermatozóicos na verborragia instantânea

A raiva ao abrir o vidro do carro do ônibus dos óculos
Nas filas, nas vidas vilas vielas aquelas que enervam

Com quantos puta-que-paris dará o resultado
O salário atrasado, o gol anualdo, o fim inesperado
da novela, da cela da cena do problema rarefeito

Com quantos puta-que-paris e ainda, não verei eclipse
apenas elípse daquilo que resta  se presta
na fresta que o tempo mela na poeira cinzoplástica
Elástica no sobrevôo do helicóptero sobre a favela

Puta que paralítica política de impossibilidades
A beleza puta das esquinas das cidades
A destreza puta que consomem as idades
Pariu do quanto a pura que pura que pura que pura

Teu chefe não gostou do projeto
Tem vazamento no teu teto
Caiu um Boing em Berlim

Puta que pariu! meu irmão! Puta que pariu!

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