Com quantos puta-que-paris se escreve uma linguagem morta
ossuda, acéfala de sentimentos, pobre, insípida, ressequida
Com quantos puta-que-paris dedos em riste, cuspidas na cara
perdigotos espermatozóicos na verborragia instantânea
A raiva ao abrir o vidro do carro do ônibus dos óculos
Nas filas, nas vidas vilas vielas aquelas que enervam
Com quantos puta-que-paris dará o resultado
O salário atrasado, o gol anualdo, o fim inesperado
da novela, da cela da cena do problema rarefeito
Com quantos puta-que-paris e ainda, não verei eclipse
apenas elípse daquilo que resta se presta
na fresta que o tempo mela na poeira cinzoplástica
Elástica no sobrevôo do helicóptero sobre a favela
Puta que paralítica política de impossibilidades
A beleza puta das esquinas das cidades
A destreza puta que consomem as idades
Pariu do quanto a pura que pura que pura que pura
Teu chefe não gostou do projeto
Tem vazamento no teu teto
Caiu um Boing em Berlim
Puta que pariu! meu irmão! Puta que pariu!
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