Deixa eu respirar o tempo lexotânico e inábil
Deixa eu escorrer minha língua lábil
Este açucarado de carícias molejas
Caído meu braço no dorso que estejas
Dentes mamilam peles rubras e mirongas
decifradas aos pés de pentagramas
Eletrofeitos salivas vem em ondas
Gigantescos gemidos decigramas
Se fiz corte em tua tez cigana
é por que me fiz ainda réu na grama
terrível terrosa nesta unha estranha
que finca levíssima no teu paladar
Se foste vítima da minha fome escura
Suga única na bunda grandiloquente
Se sente o pulsar penismático que dura
madrugadas encalças a virilhar na mente
Acabo-me, derreto-me, desfragmento-me
Como sono ópio vaporizado
Na esfumacência de suas entranhas
Sinto-me cru aprisionado
Então me consuma como se fosse mesmo
O gosto teso de um fato consumado
Como regalo na boca púrpura amora
Caroço mordido sorvido provado e acabado.
Prevalecendo pela manhã - lexotânico
Neônio, totalmente amalgamado
Não sei se sou eu microorgânico
Se sou cadáver, se sou amado.
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