sábado, 10 de março de 2012

Um ontem em forma de Homem


Queimam folhas secas e sós
Queimam em nós
Infâncias, decalques, feridas
Queimam lembranças de rua

Cola de arroz
Cola de suor
Papel fino
Finura no vento

Raspei o tampão do dedo
Se tenho dedo ainda
É por que há gols
Muitos a serem feitos

Se escondem em mim <moleque!>
Atrás de velhos carros
Atrás de postes cinzas
Se escondem em mim <moleque!>

Há o tempo e é breve
É injusto
É puro
É amargo
É doce
É amargo-doce
Em mim reminiscências e distâncias
Escurecem em outras instâncias
E a delicadeza de ser assim
Um ontem em forma de homem.

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