sábado, 5 de março de 2011

Livrai-me do Mal Copacabana



Hoje pela manhã, o sol estilhaçou minha janela
Quanto mar, quanta imensidão, quanta luz

Ontem à noite, entre as últimas galerias
Neons absolutos, personagens surrealistas
Não me encontrava, não me criava
Animal, assim, sem rédia nem visão

Uma prostituta lambeu minha cara
Arrepio de nojo e tesão
Cuspi em alemão, logo em seguida
Joguei algum dinheiro em suas mãos

Alcoólatra de esperanças perdidas
Tóxico de sangue e pó
Esbarrei em postes bêbados
Caí em bueiros suicidas

Hoje pela manhã, o sol estilhaçou minha janela
Quanto mar, quanta imensidão, quanta luz.

Livrai-me do caos Copacabana!
Livrai-me da sina pequeno-burguesa
Livrai-me de todo mal. Amém!

(13 de julho de 2008 19:34)

3 comentários:

  1. senti uma poeirinha na ponta do nariz lendo esse poema e a data me confirmou isso!!! viva o ser urbano caótico!!!

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  2. Isso é o bacana do blog. Rever, registrar, publicar e dividir. Valeu mano velho!

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  3. Me lembrou a supracitada frase das crônicas de Nelson Rodrigues... "(...) em um apartamento em Copacabana ..."

    Frase que deve ser lida com voz de José Wilker.
    rs

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